sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

O Morador do Quarto 30 [parte 2]

Minha última postagem sobre o encontro que tive com Juan Carlos, médico cubano que está clinicando em Paranhos-MS, omiti por descuido uma informação importante.

Juan me descreveu uma condição que impôs para trabalhar na cidade. Conversando com as autoridades competentes na prefeitura municipal, o médico alertou o secretário de saúde que após o termino das consultas agendadas com brasileiros, abriria espaço para os paraguaios que desejassem receber seus cuidados. Foi advertido que não poderia fazê-lo, pois embora as cidades fossem emendadas por uma fronteira seca, os serviços de saúde do SUS eram específicos àqueles munícipes.

O cubano fez questão de deixar claro que não se tratava de uma vontade pessoal, mas de um dever em atender todos quanto tivessem necessidade.

Este momento da conversa nos releva quão importante ter uma formação para além da perspectiva de mercado. Um curso que forma médicos sob a lógica liberal do lucro e da iniciativa privada na sociedade burguesa, transforma o paciente em consumidor. Mesmo no SUS, onde a "universalidade" da política pública está restrita aos membros de um determinado Estado Nacional. Claro que há possibilidade para atendimento de estrangeiros, mas a práxis profissional revelada nesta conversa nos mostra os limites deste atendimento quando prioriza uns em detrimento de outros.

Oxalá se formassem aqui médicos como se formam em Cuba, com perspectiva social, que entende a profissão não somente como meio de subsistência, mas como missão de vida.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

O Morador do Quarto 30

Paranhos é uma pequena cidade do interior sul-mato-grossense. Espremida entre fazendas postas numa planície chapada e com única estrada de acesso sublinhada pelas cercas de madeiras ligadas a arames. As portas da cidadela de cerca de 10 mil habitantes, um acampamento do MST em situação precária para recepcionar os viajantes que ali chegam, deixa a entender as contradições que um desavisado encontrara no percurso.



Paranhos é um retrato de tantas outras cidades do interior brasileiro. Tão distante dos grandes centros urbanos, a pobreza e a ausência de estruturas necessárias coexistem com as grandes propriedades fundiárias e o invejável passeio de caminhonetes 4x4 dos que ostentam a glória de ter enriquecido aonde muitos empobrecem.

Estive na cidade por ocasião do casamento de um primo – na verdade, primo da minha namorada, mas que o considero desta forma. A receptividade dos habitantes é incrível. Alegram-se com a presença dos “de fora” e a cada conversa surge uma amizade, afinal, em dois dias numa cidade deste porte não seria surpresa que encontrasse cada um pelo menos duas vezes.


Estamos numa fronteira sul-americana. Quando cessa a espessa camada de asfalto e se vê numa área quase circular a construção de um estandarte de bandeiras, estamos no Paraguai. As ruas de chão batido e as motocicletas que circulam pilotadas por crianças, homens e mulheres - às vezes amontoados em três num mesmo veículo - todos sem capacetes dão o tom da cidade vizinha, Ypejhú-PY.

No alto, o monumento que demarca a fronteira com o Paraguai (Ypejhú).

O Hotel Hebrom não tem qualquer aspecto de que mereça alguma estrela, mas a simpatia dos que ali atendem dispensa a necessidade do “luxo”. Os quartos estão dispostos em dois complexos, todos com as portas voltadas para fora, sem corredores. Um pequeno prédio com quatro quartos em baixo, quatro em cima. Outros tantos quartos se encontram em três partes de forma rasteira – sem andares – que se encontra em formato de “U”, mas ao contrário.

Em frente do hotel, uma costumeira praça com caminho de passeio, diversos bancos e um parquinho de chão de areia cercados de decoração de natalina com materiais recicláveis e dezenas de árvores com troncos encapados em material TNT.


Numa preguiçosa manhã de domingo em que o sol escaldante já nos presenteava com intenso calor, fui ao pequeno refeitório do Hotel para o café matinal. Pães franceses, fatias de cuca, presunto e mussarela. Era tudo. Sem faltar o tradicional café com leite. Foi servindo-me que esbarrei sem querer em Juan Carlos, que na intenção de desculpar-se proferiu alguma palavra em espanhol. “É paraguaio!” – pensei. Sentando numa mesa próxima, imaginei como seria interessante compartilhar alguns dedos de prosa com um filho de outra pátria. Foi quando decidi iniciar uma conversa da maneira mais original que me veio à cabeça:

– Que dia quente ein amigo!

– Yo no hablo português muy bien – respondeu meio sem jeito.

Arriscando um portunhol que não tenho coragem de transcrever, indaguei – É paraguaio?

– No – uma pausa para engolir o pão – Soy cubano!

Que espanto. Um cubano nos confins do Mato Grosso do Sul, morando ali no quarto 30 do hotel Hebrom numa fronteira seca com o Paraguai? Logo descobri que se tratava de um médico cubano, desses que desembarcaram no Brasil para trabalhar pelo programa “Mais Médicos”.

Juan Carlos já é experiente em missões cubanas a países que solicitam ajuda para suprir a escassez desse tipo de “mão-de-obra”. Por aqui como sabemos, a questão central se dá pela falta de interesse desta categoria extremamente elitizada em clinicar em cidades como esta. Este cubano já passou por Timor Leste, Haiti, Paquistão e Venezuela. Quando perguntado qual experiência mais lhe agradou, não pensou duas vezes ao responder Venezuela. No país do saudoso Hugo Chávez, o programa “Bairro adentro” levou médicos as favelas e comunidades mais carentes, aonde os serviços públicos rareavam. Ao contrário, a experiência que mais lhe desagradou foi no Paquistão, país majoritariamente muçulmano cravado entre o Oriente Médio e a Índia. O permanente conflito religioso entre muçulmanos e hindus geram assassinatos, atentados e todo tipo de violência advinda da intolerância religiosa.

Embora entenda que estava entrando num assunto constrangedor, não poderia deixar de perguntar sobre os honorários. Juan titubeou, enquanto tentava responder ficava evidente a preocupação em fazê-lo de forma cuidadosa. O cubano me explicou que a maior parte dos R$ 10 mil são destinados a uma conta pessoal que mantém para usufruir quando regressar a ilha, retira para si apenas uma quantia necessária para viver tranquilamente no Brasil. Rebolou para me explicar da porque uma quantia é depositada para o governo cubano, se justificou lembrando que contribuíam para que seu país oferecesse educação, saúde, cultura, serviços públicos de qualidade para seus conterrâneos. A excessiva preocupação da justificativa me fez intervir:

– Claro, compreendo Juan. Defendo a Revolução Cubana. Sou militante do Partido Comunista do Brasil!

O ar mudou. Estava expresso em seu olha que lhe tranquilizava com esta informação. Juan festejou e me disse das besteiras que já ouviu da boca de brasileiros sobre o regime cubano e indignou-se ao falar da lógica médica brasileira:

Juan Carlos Martinez Valido
– Con la salud de la gente no “se lucra”!

A simplicidade do cubano seja nos trajes, moradia ou nas relações pessoais contrasta com a pompa que geralmente pairam sobre os médicos brasileiros. Esta seria uma boa explicação para revelar porque Juan teceu tantos elogios a hospitalidade sul-mato-grossense. Por aqui é raro ter uma relação igualmente nivelada entre médicos e pacientes.

A conversa seguiu sobre tantos outros assuntos. Saindo do ambiente da conversa chamei a funcionária do hotel para tirar uma foto com o cubano. Juan sorriu meio sem jeito e entendi que a tietagem era um tanto vergonhosa, mas prossegui, afinal, foi uma honra conhecer Juan, um abnegado latino-americano que pôs seus conhecimentos a serviço do nosso povo.

Juan Carlos Martinez Valido - encontrei o nome completo no site do Ministério da Saúde - se despediu com uma saudação tipicamente brasileira e seguiu rumo ao quarto 30 do hotel Hebrom, local em que se instalou provisoriamente.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Maldita doença capitalista

por Eduardo Silva

A ideologia capitalista em que se afunda a nossa sociedade desde o final do feudalismo pode muito bem ser comparada a um câncer, pois vai corroendo de maneira devastadora os princípios nobres da sociedade em nome de um consumo doentio.

Karl Marx definiu o capitalismo de maneira primordial ao clamá-lo de "a ditadura da burguesia", pois este sistema apenas faz crescer aqueles que já estão ricos, e menospreza por completo a maioria da coletividade que vive a margem de uma vida digna.



O capitalismo transforma a população em ratos de laboratório, ensinando-os a consumir cada vez mais aquilo que não precisam e a acumular bens materiais de maneira totalmente desnecessária, dando a eles uma sensação de sacies e embriagues comparado ao uso de entorpecente, pois induz ao vicio do consumo ao ponto de fazer de seus adeptos dependentes desta droga chamada consumismo.


E como toda droga, esta também faz com que se deseje cada vez mais e mais, e podemos observar naqueles que são favoráveis ao capitalismo a necessidade de sempre comprarem mais bens, a adquirirem mais poses, pois nunca estão satisfeitos com aquilo que possuem.

Levando em consideração as palavras de Cristo sobre a vida neste mundo, jamais deveríamos ser favoráveis ao capitalismo, pois o mesmo declara ser contrario ao acumulo de bens terrenos como podemos observar em Mateus 6:19 e uma das ideologias capitalistas é o acumulo de bens, sendo portanto totalmente contraditório ser um Cristão capitalista.

Outro principio que encontramos nas escrituras e que contradiz a ideologia capitalista é a divisão de bens de maneira igualitária dentro da comunidade de atos dos apóstolos, que podemos observar em Atos 2:45 ; Neste começo de sociedade igualitária vemos uma atitude totalmente socialista onde todos gozavam dos mesmos direitos e deveres, e não existia nenhuma desigualdade social, portanto um modelo socialista de vida em comunidade.

Este modelo de vida deveria ser levado em consideração por aqueles que levam o nome de Cristo, pois se somos Cristãos deveríamos viver as palavras de Cristo como se fossem as nossas próprias palavras, e introduzir em nossos pensamentos o pensamento daquele ao qual cremos, e chamamos de senhor, e não levarmos em consideração um pensamento totalmente distante de Cristo, e que tem como objetivo afastar ao homem de seu ideal.

Assim como disse João batista ao reconhecer o ministério do messias sendo maior do que seu ministério, devemos permitir que Cristo cresça em nós, e que nossas ideologias diminuam para que assim possamos viver uma vida de total submissão a vontade divina.


O Cristão verdadeiro não deve ser um consumista inveterado, um cidadão que faz de sua vida uma pratica a favor do capitalismo, alguém que vive de marcas famosas e coisas caras, pois seu mestre maior bem frisou que estamos neste mundo para levar uma mensagem diferente, e não a mesma mensagem que se vê todos os dias neste mundo caótico.

Sejamos coerentes com aquilo que diz Cristo sobre o acumulo de bens materiais e passemos a acumular apenas tesouros espirituais que estão livres de serem roubados.,e assim poderemos dizer de maneira verdadeira e sem hipocrisia que somos seguidores do messias, e que amamos as suas palavras e ensinamentos.

Enquanto ignorarmos as palavras do mestre e nos rendermos ao pensamento capitalista que contradiz as escrituras seremos vistos como hipócritas diante do todo Poderoso, que deixou bem claro nas palavras de Cristo que odeia toda espécie de hipocrisia.

Ou tomamos uma decisão diante da vida em aceitarmos como verdades absolutas as palavras do mestre, ou seria melhor abandonar de vez qualquer associação com Cristo, pois ele não faz parceria com a falsidade.

Não existe tempo para brincadeiras quando falamos de servir a Cristo, e não existe espaço para Cristãos medianos, sejamos, portanto verdadeiros espelhos da gloria divina na Terra, verdadeiros exemplos de Cristãos.

Pois a vida que vivemos nesta Terra, vivemos para Cristo e não para nós mesmos, assim sendo não temos motivo algum para transformarmos os nossos dias em uma corrida do ouro, pois já somos ricos da graça divina, e escolhidos para sermos ricos na Fé , pois assim esta escrito em Tiago 2:5 “Ouvi, meus amados irmãos: Porventura não escolheu Deus aos pobres deste mundo para serem ricos na fé, e herdeiros do reino que prometeu aos que o amam? Tiago 2:5” 

Portanto aguardemos o reino celestial, pois nosso lugar já foi preparado pelo Rei dos reis, e em breve ele voltara para buscar os seus herdeiros.

Eduardo e. da silva(Apenas mais um servo entre muitos).


Eduardo é morador de Natal-RN, cristão protestante e fotógrafo.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Carta a um amigo anticomunista


Caro amigo,

Depois de muito comentarem, resolvi ler sua carta “testemunho”. Quanto tempo não nos vemos camarada. Sempre te considerei um amigo, tenho ótimas lembranças dos anos em que militamos ombro a ombro.

Confesso que fiquei surpreso ao ler o relato em que descreve sua saída da União da Juventude Socialista (UJS) e das fileiras do Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Mas o que mais me espantou em seu “testemunho” foi a forma com que expos sua nova concepção ideológica, regada de anticomunismo.

Lendo seu relato fiz uma breve reflexão. Compreendo suas indagações, um dia eu também as tive, mas nego os seus “porquês”. Por isso resolvi lhe escrever.

Desde minha filiação a UJS em 2005, muitos questionamentos tomaram minha mente. Pode alguém ser cristão e comunista? Posso servir a Cristo e aos ideais de Marx ao mesmo tempo? Claro que a resposta para essas perguntas vieram com o passar dos anos e o amadurecimento, mas lembro-me de um momento marcante nesta caminhada. Numa bela manhã de 2010, um velho professor de Filosofia do colegiado de Serviço Social da UNIOESTE nos levava a discussão de um célebre texto de Aristótoles, “Ética à Nicômaco”. Num determinado momento o mestre disparou: “Não há compartimentos na alma!”

– Caramba, é isso! – Pensei – Não há compartimentos na alma. Não sou ora cristão, ora comunista. Sou cristão e comunista. Sou tudo isso ao mesmo tempo. E é isso que sou!!!

Compreendendo os dilemas que o meu velho amigo teve, mas fiz o caminho inverso. Ao contrário de você, todos os meus questionamentos não me tornaram um anticomunista, mas reforçaram em mim a necessidade de lutar por outro modelo de sociedade. Por isso gostaria de respeitosamente desconstruir alguns argumentos que encontrei em seu “testemunho”.

Suas indagações são pertinentes, mas as respostas que encontrou são vazias e infundadas.  Chamar Lenin de assassino é no mínimo imaturidade teórica. Você apenas comprou a história contada do ponto de vista dos opressores, não há fatos concretos que provem tal teoria. Lenin foi o líder de uma revolução, e revolução é um processo dolorido com certeza, mas quem promoveu as maiores revoluções burguesas do século XVIII senão cristãos protestantes da Europa? Por acaso isso faz dos cristãos assassinos? Se chama Lenin de assassino pelo processo de guerra civil que desencadeou no pós-Revolução Russa, eu o chamo de herói. Um herói que defendeu seu povo, afinal, Lenin era apenas líder, os condutores desta revolução foram os próprios trabalhadores. Se defender sua pátria e os trabalhadores faz de Lenin um assassino, o que dizer de todos os cristãos que cerram fileiras nos diversos exércitos nacionais mundo a fora para defender os interesses da burguesia?

Evidente que as muitas experiências socialistas têm seus erros e acertos. Por muito tempo, cristãos e comunistas se opuseram num campo de batalha. Mas demonizar o comunismo por erros estratégicos não é muito inteligente. O que dizer então de uma potência norte-americana e seus líderes EVANGÉLICOS que matam e empilham corpos em nome da “liberdade”? O que dizer do catolicismo que levou milhares à morte em nome de Cristo? O que dizer dos cristãos que apoiaram ditaduras sangrentas com a desculpa de que combatiam o movimento comunista?

Acompanhei do interior a saga de muitos como você que deixaram o lar, suas famílias, sonhos e foram militar na capital paranaense. Embora eu saiba das imensas dificuldades que passam em Curitiba pela falta de recursos, acredito que sejam problemas relacionados a deficiência de estruturas que nosso partido possui e ao problema de gestão das nossas entidades, como capitação de recursos, do qual você também era responsável. E quanto a tudo isso, compreendo que o que passou foi duro para um jovem, mas tantos outros antes de você pagaram um preço ainda mais alto pela liberdade política do nosso povo.

Foi com pesar que vi por várias vezes você e outros camaradas usarem drogas. A maconha com mais freqüência. Isso é questão de escolha camarada. Milito nesta entidade desde os meus 17 anos e nunca usei tais substâncias, e todos sabem da minha abstinência do álcool. Infelizmente a questão das drogas e do álcool tem haver com uma cultura juvenil latinoamericana, me preocupo com isso, mas devo dizer que culpar a militância por seus vícios é no mínimo irresponsabilidade e falta de humildade quando atribuir a outros fatores uma escolha que é sua, somente sua.

Meu grande amigo, sua carta é bem mais extensa que a minha, há muitas coisas pelas quais poderia comentar, refutar ou mesmo concordar. Mas confesso que de todas elas, o que mais me chamou a atenção foi a forma como expõe sua convivência com os “socialistas e comunistas”, como se fosse um Daniel na cova dos leões. Ora, é este o evangelho que lhe converteu? Cristianismo acaso é viver como Jimy Bolha preso ao convívio de outros crentes e desprezando os relacionamentos com amigos que não partilham da mesma fé?

Lembro-me bem que nas últimas vezes em que estivemos juntos eu te chamei de “contradição ambulante”. Fazia isso no sentido de lhe alertar sobre a mistura incoerente entre comunismo e neopentecostalismo. Esses sim são incompatíveis. Não sou da turma do deixa disso, como cristão que carrega o legado de Lutero e Calvino, rejeito a “teologia da prosperidade” que Lagoinha e tantos outros “tele-evangelistas” como R. R. Soares e Valdemiro Santiago carregam. Isso não é evangelho, pelo contrário, é um tipo teologicamente medíocre e que vende fé, que vende gente, que vende indulgências modernas. Entre eles e os comunistas há sim um abismo, mas eu estou ao lado das bandeiras vermelhas.

Ora, dizer que comunismo e cristianismo são antagonismos é desconhecer a teoria social de Marx. Jamais afirmei que ser socialista me tornou mais cristão, porque isso não é verdade. Mas é preciso compreender que não há neutralidade neste mundo. Ou se é de direita ou de esquerda, e para mim, nada mais cristão que apoiar a derrota de um modo de produção que mata, escraviza e aliena.

Gostaria de dizer que sempre te chamarei assim, de amigo. Mas não posso admitir que suas más experiências sirvam de pretexto para um sentimento anticomunista que expõe nossa organização como se fossemos criminosos. Muitos cristãos deram suas vidas para construir o socialismo. Frei Tito e tantos outros dominicanos, Dom Helder Câmara, Hugo Chávez, vários padres sandinistas e outros tantos nas guerrilhas colombianas. Amigo, lhe indico uma ótima leitura sobre o assunto, a obra de Frei Beto, “Fidel e a Religião”.

Mas concordamos em algo, o comunismo e este evangelho da prosperidade que a Lagoinha lhe apresentou e você abraçou, são extremamente antagônicos. Mas cuidado, este evangelho também é antagônico com o que Jesus pregou e te levará cada vez mais “Distante do Trono”. A história do quadro amaldiçoado na parede é prova de que você abraçou um evangelho cheio de misticismo e judaizante, o qual Jesus veio romper.

Desejo-lhe sorte nesta vida. Eu seguirei sempre aqui, lutando contra o falso evangelho e para construir um mundo mais justo e fraterno.


Saudações socialistas!