segunda-feira, 13 de maio de 2013

Tio, quem descobriu o Brasil???


As caravelas dos conquistadores lusitanos

Minha sobrinha chegou a pouco da Escola e logo me disparou esta pergunta.
Por um momento me perguntei se responderia o que ela esperava ouvir ou diria o que realmente penso.

Então, disparei:
- Provavelmente foram os indígenas. Dizem que eles já estão por aqui há milhares de anos.

Ela me olhou com olhar confuso e retrucou:
- Não foi Pedro Alvares Cabral?

Lá vou eu explicar...

Não é um absurdo que ainda haja professores que lecionam estas baboseiras para nossas crianças em pleno século XXI?



quarta-feira, 1 de maio de 2013

Dia do Trabalhador: O Costelão de Leão XIII


Você quis dizer: Dia do Trabalhador?

Dia do "Trabalhador" ou do "Trabalho"?
O Google definitivamente não sabe a diferença.
Mas não somente o Google. Distorcer o caráter histórico desta data o esvaziando de seu caráter combativo tornou-se marca registrada da burguesia brasileira.

Deixe-me ilustrar melhor. Resido em Cascavel, uma cidade de 300 mil habitantes cravada ao centro do “Velho Oeste” paranaense. Por aqui, há muito tempo a data símbolo da luta dos trabalhadores se transformou no dia em que o Seminário São José organiza um tradicional “costelão”. Creio que o prezado leitor se pergunta neste momento: o que há de mal nisso? Nada. A não ser o fato de que o referido churrasco é pago em grande parte pelos patrões que, ou se empanturram de carne ao lado do trabalhador, ou ambos levam um generoso pedaço de costela bovina para casa e o segundo, no conforto de seu lar, ao som de música sertaneja e cercado de amigos e familiares, saboreia o pedaço de carne pensando: como meu patrão é generoso!

Com todo respeito aos amigos católicos, mas torna-se até cômico que o “costelão” seja oferecido por um seminário, afinal, tal prática está em total consonância com a famosa encíclica “Rerum Novarum” (em português “Das Coisas Novas”) do Papa Leão XIII. No auge da luta operaria contra os mandos e desmandos da nascente burguesia industrial e imbuída de sentimento classista, revolucionário e socialista, ou mais precisamente no dia 15 de maio de 1851 (quatorze dias após o dia do trabalhador) o então papa edita a carta em que condena o socialismo e convida operários e burgueses à conciliação, como se fosse possível.

Neste sentido, o “costelão” do seminário São José traduz na prática o que Leão XIII pede em sua carta. O patrão paga o “costelão” ao trabalhador, que de barriga cheia e entorpecido pelo sentimento de gratidão ao primeiro, deixa de lado as manifestações que outra incendiava os trabalhadores diante da luta de classes.

O Anti-Socialista Leão XIII e o Costelão da Conciliação.


Este cenário não é restrito a Cascavel. Em São Paulo as centrais sindicais reúnem milhares para a comemoração do dia do trabalhador. Mas as inúmeras atrações que vão desde sorteios de carros a shows musicais – artimanhas variadas para atrair os trabalhadores – evidenciam que ainda há grande fragilidade em retomar o sentido histórico e combativo desta data. Vale lembrar que nesta “festa” há inclusive muito palanque político (de direita e de esquerda).

Cabe a minha pessoa, neste humilde blog, reverenciar esta classe que com suas mãos constroem as riquezas que lhe são negadas. Sonho com um novo amanhã, com um novo alvorecer em que nossa classe dê ouvidos ao chamado de Marx: “Trabalhadores de todo o mundo: uni-vos!”

Obs: 1º de Maio em Cuba é assim...