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Beto Richa diz a esposa: "calma Fernandinha, te arrumo um cargo bem legal!" |
O uso da maquina estatal para
empregar parentes do governante em vigência, vem sendo fortemente combatido
desde a década de 90, quando ativistas e a sociedade em geral empreenderam
grande movimento contra tal prática. No Governo do Estado do Paraná este
modelo de favorecimento persiste, porém, com nova roupagem. É o fenômeno que
denominamos de nepotismo “legal”.
É fato que o nepotismo “legal”
não é prática exclusiva do Governo Richa. No período em que Roberto Requião
ocupava o Palácio do Iguaçu – e por um tempo o das Araucarias – viu-se o
governador empregar parentes, como o irmão Mauricio Requião, que entre outras
funções foi Secretário de Educação do Paraná. No entanto, a gestão do tucano trás
outro elemento que muitos demandam esforços para eliminar da administração pública brasileira, o “primeiro
damismo”.
O primeiro damismo consiste na
arcaica prática surgida nos anos 30 de nomear a primeira dama para a pasta da
Assistência Social, tornando-a, uma espécie de “mãe dos pobres”, figura
caridosa que por sua bondade distribui cestas básicas e donativos para as
famílias carentes. É o “lado bom” do prefeito/governador/presidente. Com a
constituição de 1988, as políticas sociais saem do âmbito do assistencialismo
para alcançar o patamar de direitos sociais. Logo, está figura bisonha da
primeira dama “assistente” passa a ser combatido. Passa-se a exigir um
profissional de referência para estar à frente dessas políticas e/ou programas
sociais.
Na contramão deste processo
histórico, Beto Richa nomeou sua esposa, Fernanda Richa, para assumir a
Secretaria da Família e Desenvolvimento Social. Para a criação desta
Secretaria, outras pastas foram desmanteladas (este processo merece um
artigo a parte) centralizando não somente a Assistência Social, bem como as
políticas públicas para a juventude – que no presente momento vem sendo
efetivadas pela polícia militar e seu cacetete disciplinador (risos) – e à criança e ao adolescente. Novamente,
tem-se a primeira dama a frente da Assistência Social.
Basta navegar um pouquinho
pela página da
Secretaria da Família para ver o
personalismo desta senhora Richa, ou então, conversar com um especialista da
área para entender que o que relato aqui não é simples devaneio de uma mente de
esquerda, mas trata-se de um traço evidente de uma prática comum do coronelismo
que submete a implementação das políticas sociais ao clientelismo político, de
tal forma que a população as entenda como benevolência da primeira dama e seu
esposo, o governante.