domingo, 18 de dezembro de 2011

Pr. Ariovaldo Ramos - Defesa de Hugo Chávez e pensamento político coerente com o cristianismo

Ao tomar conhecimento da figura do Pastor Ariovaldo Ramos, cheguei a uma conclusão: nem tudo está perdido nesse meio “gospel”.


Há um bom tempo que tenho me indignado com os mandos e desmandos dos pastores neopentecostais que insistem em transformar suas congregações (ou pode chamar de franquias) em currais eleitorais, afim de reafirmar seu poder econômico e social. A desculpa é sempre a mesma: precisamos de homens de Deus na política para defender a igreja. Me oponho radicalmente a isso e já sofri com a censura e a inquisição moderna de uma comunidade neopentecostal em Cascavel.

Por isso que as declarações do Pr. Ariovaldo me enchem de esperança. Não é todo dia que escutamos um cristão genuíno ser coerente com o que segue e sair em defesa do evangelho e dos oprimidos – cristãos ou não!

Abaixo, o vídeo no qual o Pr. Ariovaldo fala sobre política e evangelho e, mais abaixo, uma entrevista na qual o mesmo defende a Revolução Bolivariana de Hugo Chávez e do povo venezuelano.

Boa Leitura!



UM PASTOR AO LADO DE HUGO CHAVEZ
Publicado originalmente no site Teologia Brasileira
Ricardo Muniz | 28/07/2004

Entre 17 e 19 de julho de 2004 um pequeno grupo de brasileiros foi recebido pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e lhe entregou um manifesto de apoio à sua gestão e a favor de sua permanência no cargo até o final do mandato. No pequeno grupo estava o escritor Fernando Morais, autor deOlga e Chatô, o Rei do Brasil, entre outras biografias. Também estava Ariovaldo Ramos, presidente do conselho da ONG cristã Visão Mundial, pastor da Comunidade Cristã Reformada (CCR) e membro da equipe pastoral da Igreja Batista da Água Branca, ambas em São Paulo.

Uma visão impulsionou Ramos ao gesto, naturalmente alvo de receios velados e críticas abertas no meio evangélico brasileiro: "Onde tiver um cara andando nos caminhos de Jesus, mesmo que não confesse Jesus como eu confesso, o que eu puder fazer para ajudá-lo, eu vou fazer".

Partindo da constatação de que não há uma Teologia Política elaborada ou sequer discutida pela Igreja evangélica no Brasil, Ramos afasta as objeções apontando para a falta de prática do evangelho: "Chávez trouxe 10 mil médicos de Cuba, que moram nas favelas e cuidam de seus moradores. Aí as pessoas dizem: é, mas ele trouxe médicos de Cuba... Sim, mas de que outra nação ia trazer? Quem mais no mundo está disposto a esse nível de sacrifício? Deviam ser os americanos, que se dizem crentes, protestantes. Deviam ser os ingleses, os alemães, os escandinavos, tudo crente, tudo protestante, tudo gente boa. Vão os cubanos porque os cristãos não vão. Vão os cubanos porque os caras que têm a Bíblia na mão não fazem isso, os caras com Bíblia na mão querem ficar ricos".

Na entrevista abaixo, concedida domingo 25 de julho de 2004 depois do culto na CCR, Ramos afirma que uma das bases bíblicas da reforma agrária é o texto de Isaías 5.8 e que Gênesis 1 traz um modelo de administração do planeta. "A beleza do jardim é uma beleza comunitária, do conjunto. Não é pra ter uma exposição de vasos enormes com um espécime ali só pra se autopromover."

Você acha que falta uma teologia política na Igreja Brasileira? Qual a base de fé que te leva a uma atitude dessas de mostrar a cara, assinar um manifesto, ir até a Venezuela e entregar na mão do Hugo Chávez?

Eu acho que falta. A gente reduziu o Evangelho a uma questão de salvação pessoal, que não tem nenhuma implicação com o próximo, fica só um relacionamento particular entre o camarada e Deus. Um relacionamento que foi involuindo. No começo a pessoa ainda se convertia e virava servo de Deus, e aí era um negócio intimista, pessoal, mas ele queria ser santo, queria fazer a vontade de Deus, reconhecia que era filho, que tinha sido perdoado por seus pecados. E isso gerou um bocado de santo na história da Igreja. Mas aí a coisa involuiu. Continua sendo particular, pessoal, só que ao invés de ser servo de Deus, Deus que é servo dele. E aí, quer ser abençoado, vem à reunião para buscar sua bênção. O santo do passado não incluía o próximo na sua salvação, mas por querer ser servo de Deus, acabava amando o próximo. Esse agora nem inclui e nem ama, entendeu? Então, está faltando sim, nós não temos Teologia Política. A gente não tem a menor idéia de que o Evangelho é a recuperação do conceito de humanidade, e muito menos qual é o conceito de humanidade nas Escrituras.

E a minha base de fé é essa, que o Evangelho é a recuperação do conceito de humanidade, de homem coletivo, todos se responsabilizando por todos, que a vida, o planeta, são dons para a humanidade, e não para determinados indivíduos, e que qualquer movimento na História que segregue seres humanos é um movimento contra Deus. Para mim nosso papel é corrigir isso. Passa pela questão econômica, logo de cara. Passa pelo ataque à pobreza, pela recuperação da dignidade do ser humano, pela questão racial – nós temos de aprender a ver a humanidade como uma única raça, a raça humana, não tem outra raça –, e pela recuperação da comunhão com o ser humano, porque ele é ser humano, não porque ele concorda comigo. Então essa é minha base de fé. Acho que é necessário que a gente apóie todos os movimentos que tentam corrigir essa anomalia, que é homens explorando homens e homens se tornando superiores a outros homens.

Como é que você encara por exemplo um cristão muito comprometido com a sua igreja na Venezuela, mas que seja frontalmente oposição ao Hugo Chavez? Outro exemplo, no Brasil: um cristão comprometido que é radicalmente contra o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra) e vota em candidatos da elite com graves suspeitas de corrupção. Ou é contra as cotas para estudantes negros nas Universidades. Nessas questões pontuais, como é que você explica?

Acho que se explica justamente por esse evangelho que não considera o outro, um evangelho muito pessoal, muito particular, Deus e eu, eu e Deus, e o outro não é chamado. Isso em primeiro lugar. Em segundo lugar, é claro que o camarada tem direito de pensar diferente de mim, ele pode ser contra a reforma agrária, ser contra as cotas e isso é um direito dele. Agora, como cristão, até onde eu entendo o Cristianismo, essa pessoa vai ter dificuldades para se expilcar. Eu não tiro dele o direito de pensar diferente, mas se nós nos sentarmos pra conversar de cristão pra cristão, considerando o que Jesus Cristo ensinou, viveu, fez, eu acho que ele vai ter dificuldade de se explicar. É muito difícil um cristão explicar porque que é contra redistribuição das terras quando Isaías 5.8 diz: "Ai dos que ajuntam casa sobre casa e terra sobre terra até serem os únicos moradores do lugar".

Acho difícil um cristão que vota em um camarada declaradamente tido como corrupto quando as Escrituras dizem que a justiça tem de correr como um rio perene, que é abominação para Deus quando os príncipes subvertem o direito. É difícil entender um cristão que não queira a indenização aos que foram escravizados e que foram abandonados e marginalizados na História quando as Escrituras nos ensinam que devemos privilegiar os despossuídos, os que estavam nus, com fome, sede, os enfermos, os encarcerados, que devemos socorrer os aviltados, que devemos levantar os joelhos cansados, que devemos ser a voz dos oprimidos.

Eu acho que como cristão ele vai ter uma dificuldade para explicar isso. Como cidadão, é um direito dele, lógico. Eu vou respeitar o tempo todo, óbvio. Mas quando eu sentar com ele de irmão para irmão, eu vou perguntar "escuta, justifica isso como seguidor de Jesus, como filho de Deus, justifica pra mim esse apego à propriedade, justifica pra mim esse apego à riqueza, justifica pra mim esse apego a um sistema que é marcadamente sustentado pela exploração". Não sei, gostaria de ouvir, quem sabe uma hora que eu sente com algum desses irmãos queridos e ele me ensine coisas que eu não estou conseguindo ver. Mas pra mim é difícil.

Faça um breve relato dessa viagem. Como surgiu esse manifesto, e o que você viu lá?

O que me levou a assinar o manifesto foi, primeiro, que o Hugo Chávez é um camarada democraticamente eleito. Ele foi deposto pela oligarquias e foi reconduzido ao poder pelo povo. Depois, tendo ido lá eu pude assistir in loco que ele realmente está fazendo uma revolução social. Ele está trabalhando pela erradicação da pobreza mesmo, construindo escolas, trouxe 10 mil médicos de Cuba que moram nas favelas e cuidam das pessoas que moram ali. Aí as pessoas dizem "é, mas ele trouxe médicos de Cuba e tal". Sim, mas de que outra nação ele ia trazer? Quem mais no mundo está disposto a esse nível de sacrifício? Deviam ser os americanos, que se dizem crentes, protestantes. Deviam ser os ingleses, que se dizem protestantes, deviam ser os alemães, que se dizem luteranos. Deviam ser os escandinavos, que são luteranos, que é tudo crente, tudo protestante, tudo gente boa. Mas parece que Jesus Cristo está enfrentando a mesma situação que enfrentou quando foi fazer a Ceia e teve de pedir para um grupo que não era seu discípulo. Quando foi entrar em Jerusalém e mandou seus discípulos buscarem o jumentinho num grupo que também não era seu discípulo, que os discípulos não conheciam. Então parece que Jesus tem gente que O segue e os Seus discípulos não conhecem. Aí os caras falam assim "é, mas justo os cubanos?". É, os cubanos porque os cristãos não vão, né? Os cubanos porque os caras que têm a Bíblia na mão não fazem isso, os caras com Bíblia na mão querem ficar ricos. Então tem de ir essa gente. Que pena que essa gente não está no nosso meio.

Chávez pegou o dinheiro do petróleo e dividiu em centros de custo, uma parte vai para a agroindústria, outra para educação, outra para infra-estrutura, outra para saúde. Vai mexer na questão da terra? Certamente. As pessoas dizem "você não pode fazer isso, por causa do direito de propriedade". Mas a Bíblia já disse "ai dos que ajuntam casa sobre casa e terra sobre terra até serem os únicos moradores do lugar". Então, que isso significa? Que tem limite. Eu não posso ter tudo que eu quero. Eu só posso ter aquilo que não imponha ao próximo ter de viver embaixo da ponte, ter de viver nos morros, em casas de papelão e de madeira, que quando chover serão soterradas e ele vai morrer. Então tem limite, tem de ter limite.

O Senhor quando disse pra gente dominar o planeta, ele botou a gente num jardim. Quando fez isso, deu um modelo. Um jardim é a capacidade de administrar todos os recursos para o bem de todos. A beleza do jardim é uma beleza comunitária. Todos os nutrientes são repartidos. Você tem a beleza do conjunto. Não é pra ter uma exposição de vasos enormes com um espécime ali só pra se autopromover. Não foi esse o modelo que Deus deu. O Senhor Jesus Cristo repartiu o pão, fez as pessoas se assentarem em comunidades pequenas, abriu espaço para o pão chegar para todos, ensinou que só o caminho da cooperação e da solidariedade alimenta todo mundo. Ele deu o tom para nós, disse o que tínhamos de construir. Onde tiver um cara andando nos caminhos de Jesus, mesmo que não confesse Jesus como eu confesso, o que eu puder fazer para ajudá-lo, eu vou ajudar.

A outra coisa que eu ouvi, segundo o pastor com quem conversei, é que 80% da Igreja evangélica na Venezuela está com Hugo Chávez. Perguntei ao pastor o motivo. Ele disse: "porque a Igreja evangélica é pobre, e os pobres estão com o Chávez". Perguntei pra ele o que era a Venezuela antes do Chávez e ele disse: "era uma grande fazenda dominada por 30 famílias". Perguntei como era essa coisa do dinheiro, porque afinal de contas a Venezuela tem 80 bilhões de barris de petróleo de reserva, então um país que tem tanto petróleo não pode ter pobreza. Aí ele disse: "entrou aqui na Venezuela nos últimos 25 anos o equivalente a 12 planos Marshall [ajuda americana para reconstruir a Europa depois da 2ª Guerra Mundial], mas 70% da nossa população está na pobreza total". Como não apoiar um sujeito que diz "vamos mudar isso"?. Vamos mudar isso, pelo amor de Deus! Não quer dizer que não vai haver ricos, mas quer dizer que não vai haver gente na miséria. Não vai haver gente morrendo e matando pra sobreviver.


quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

CURSO DE FORMAÇÃO - UJS (Cascavel)

UJS - União da Juventude Socialista (Cascavel)

CURSO DE FORMAÇÃO
Tema: O Ideal e o Caminho

Ministrado pelo Profº Paulo Porto Borges.
17 de Dezembro às 14 horas
Local: Unioeste/ Cascavel - Sala 04.



$em Cu$to!

Obs: aberto à velha guarda! (risos)

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

ACES: Estudantes secundaristas querem re-organizar entidade

Diretoria Provisória da ACES com representantes do DCE Unioeste
por Victor Hugo Junior
Jornal Impacto Acadêmico


Estudantes de Cascavel se reuniram na última terça-feira (29/11) para instituir a nova gestão da Associação Cascavelense dos Estudantes Secundaristas (ACES). O movimento pretende colocar a entidade no centro dos debates da política estudantil local. Abandonada desde 2009, a entidade já figurou entre as principais lutas dos estudantes secundaristas e pretende, com esta nova diretoria, retomar a discussão da busca de uma sede, do resgate dos móveis, dos documentos antigos e levantar a polemica do Passe Livre.
Participaram da reunião representantes de vários Colégios Estaduais do município, além de membros do DCE da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE) e a diretoria da União da Juventude Socialista (UJS) e da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES).  
“Temos que nos organizar e lutar, ir pra rua, fazer valer a nossa voz, para que as autoridades possam ver o que realmente acontece na sala de aula e consigamos verbas para reformas, para que nossos Colégios tenham ainda mais qualidade”, disse a estudante, Gianni Broetto, do Colégio Olinda Truffa. Gianni foi eleita presidente da comissão provisória junto com o estudante Luis Felipe do Colégio Consolata.
Esta nova gestão deve seguir até março de 2012, quando está prevista a conferencia anual da ACES. Podem participar do movimento todos os estudantes secundaristas de Cascavel que tenham o interesse em ingressar na luta por melhorias em suas Escolas.

VIVA A ASSOCIAÇÃO CASCAVELENSE DOS ESTUDANTES SECUNDARISTAS!!!

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Analise de Conjuntura para o 50º CONUPES*

Passeata pela Educação no 50º CONUPES
Congresso da União Paranaense dos Estudantes Secundaristas*

Anderson Tosti

        O cenário mundial tem sofrido grandes transformações. A primavera árabe tem trazido novos ares para o mundo. Nessas manifestações contra governos ditatoriais, a juventude tem sido protagonista e, se fazendo valer do uso das redes sociais, tem se encontrado e marchado junto aos trabalhadores de diversos países para a derrubada de governos que há anos vem agredindo os povos do oriente médio. Se aproveitando dos levantes populares, temos visto recentemente a agressão da OTAN ao povo líbio, mostrando a já conhecida faceta belicista do imperialismo.
        As últimas crises do capitalismo, além de alertar para a inviabilidade de um “capitalismo humanizado” e da insuficiência deste modo de produção, levam EUA e a União Européia ao caos. Nesses países, temos visto os governos atacarem os trabalhadores com pacotes econômicos que somente favorecem aos banqueiros e aos monopólios capitalistas. Nossa solidariedade a todos que heroicamente resistem. Sejam nas ruas da Grécia ou nas manifestações em Wall Strett, o povo precisa abrir caminho para o rompimento com o projeto burguês!
        No Brasil, desde a chegada do primeiro operário ao palácio do planalto em 2003, temos experimentado um novo período de desenvolvimento. O rompimento com a política neoliberal da era FHC e o fortalecimento do Estado brasileiro tem sustentado o país frente às crises mundiais. Tanto a nova política adotada desde o governo Lula quanto o que se tem feito sob a condução da presidente Dilma tem garantido uma nação forte e que resiste frente à política econômica do imperialismo vigente. A última reunião do G-20 prova este novo papel do Brasil no cenário mundial.
        A realização da Copa do Mundo em 2014 e das Olimpíadas do Rio em 2016, contribuem para a projeção mundial de um Brasil mais desenvolvido, garantindo também um grande investimento em infra-estrutura urbana para os grandes centros que sediam estes eventos e, em menor escala, investimentos em algumas pequenas e médias cidades que serão sub-sedes dos jogos.
        No entanto, entendemos que a política econômica do Banco Central precisa ser revista sendo o ponto central desta, a diminuição dos juros.
Mesmo diante de tantos avanços que presenciamos em nosso país nos últimos anos, temos visto também o constante ataque da mídia burguesa que constantemente atacam os movimentos sociais e em maior grau, o Governo Federal. Com um falso moralismo, atacam o governo Dilma diariamente em seus noticiários buscando desestabilizá-lo.
Diante disso, reafirmamos a necessidade de uma unidade popular contra os possíveis cortes e ofensiva imperialista ao nosso povo e a cooperação entre os países da América Latina para apontarmos ao mundo um novo modelo econômico socialmente justo.
        O Paraná nos últimos meses tem vivido na contramão dos avanços do Brasil. O governo Demo-tucano de Beto Richa trás consigo a “herança maldita” da era Lerner, de caráter privatista e de sucateamento dos serviços públicos. Prova disso são os recentes cortes de verba das Universidades Estaduais; a imposição para o fechamento de turmas do ensino fundamental ao médio; fechamento de escolas rurais; corte de repasse, pelo Governo Estadual, de verbas do Programa Nacional de Auxílio o Transporte, deixando os estudantes do campo sem deslocamento para as escolas; entre outras. Por outro lado, se institui uma política de terceirização indireta dos serviços públicos e de taxas abusivas – como as taxas do DETRAN que em alguns casos chegam a 500% de aumento – onerando o trabalhador.
        Por isso, reafirmamos a necessidade dos estudantes ocuparem as ruas ao lado da classe trabalhadora, para barrar os retrocessos e garantir a soberania do povo paranaense.

Viva a UNIÃO PARANAENSE DOS ESTUDANTES SECUNDARISTAS!!!


*O 50º CONUPES ocorreu nos dias 04 e 05 de Novembro em Arapongas e elegeu Felipe Barreto (UJS) como presidente da UPES.

domingo, 4 de setembro de 2011

CONFERÊNCIA DA JUVENTUDE EM TOLEDO: esvaziamento e pouca democracia!

 


Descaso. Esta palavra resume o que está acontecendo em todo o Paraná - e  possívelmente em todo o Brasil - com o processo que deveria ser de amplo debate entre sociedade civil e governo, a Conferência de Políticas Publicas para a Juventude.

AS CONFERÊNCIAS E O GOVERNO LULA
O governo Lula, mesmo com suas muitas limitações, inaugurou um novo tempo no país. Uma marca indelével deste governo é o avanço e a ampliação de espaços democráticos em que se travam debates acerca de inúmeras questões: saúde, educação, idoso, criança e adolescente, esporte, comunicação, etc.

Embora ainda limitadas – muito devido aos interesses políticos opostos que se defrontam – as conferências tem se mostrado um importante instrumento diálogo e construção coletiva das políticas públicas. No entanto, a implementação do que se propõe nesses espaços ainda depende das lutas travadas no seio da sociedades, com participação popular intensa e combativa.

As conferências são sem duvida alguma um espaço impar de diálogo, não somente com o governo, mas também com os próprios agentes de transformação da sociedade civil. Neste cenário, caminha uma das mais recentes Conferências realizadas neste país, a da Juventude.

JUVENTUDE: SUJEITO DE DIREITOS
Apesar de a juventude ter sido protagonista das grandes conquistas do povo brasileiro, somente a partir de 2003 (era Lula) com a criação da Política Nacional de Juventude e em 2005, com a criação da Secretaria Nacional da Juventude, é que esta faixa etária – delimitada dos 15 aos 29 anos pela PEC da Juventude – fora vista não como problema, mas parte da solução para o país. A juventude passou a ser reconhecida como sujeito de direito. Esta concepção nova e pouco amadurecida, ainda está em construção e necessidade de intenso debate e conquistas futuras, como o Estatuto da Juventude e o Plano Nacional da Juventude, que tramitam no congresso.

EM TOLEDO
Em Toledo, a Conferência Municipal da Juventude nem se quer estava prevista. Pressionados pelas organizações juvenis da sociedade civil e – surpreendentemente – pelo Governo do Estado, a prefeitura topou realizá-la – a toque de caixa – sob a organização da Secretaria Municipal de Assistência Social.
O que se viu foi um processo atropelado e um tanto anti-democrático. Nem se quer queriam dar voz a defesa de preposições na plenária final. Menores de 14 foram trazidos pela prefeitura, estes votavam com seus respectivos professores. Não houve pré-conferências, apenas algumas Conferências Livres organizadas pela sociedade civil e quem ousou conversar com os jovens a respeito das propostas que contrariavam a vontade da prefeitura, foram durante repreendidos pelos professores, que mais pareciam coronéis dos “nem tanto” jovens, num exemplo de voto de cabresto.

Parte da sociedade civil – é nesta que me encontro – defendiam que a Conferência elegesse os representantes do Conselho da Juventude. Os “amigos comissionados do prefeito” com interferência da mesa – o que era proibido segundo o regimento interno em aprovação – argumentaram que não poderiam proceder na votação pois a lei que institui o conselho ainda estava para ser aprovada, quando de fato, ela existe desde 2001 e o que tramita na Câmara de Vereadores é uma mudança nesta lei. Esse movimento que propunha que a Conferência elegesse os representantes do Conselho, era liderado pelo então propositor das mudanças na lei, o vereador Paulo dos Santos (Paulinho da Saúde), PT.

Entre outras polêmicas, o que ficou visível na fala da secretária de Assistência Social, Iris Scuzziato, foi o desinteresse da prefeitura em tratar de políticas públicas dialogando com a juventude toledana, uma vez que a lei do Conselho é de 2001 e a secretária acha que este não é o melhor momento para se instituir o mesmo. Sem falar em tratar a Conferência de Juventude com descaso devido a sua não-obrigatoriedade por parte do poder público.

ESQUERDA X DIREITA
Além de todas as questões já explanadas, outro fator nos mostrou os desafios subseqüentes que a cidadela toledana nos reserva. No período da tarde, um grupo numeroso de jovens da Associação Cristo Rei apareceram na conferência. Foram para todos os debates e para a plenária final levando posicionamentos conservadores de direita. Esta Associação é conhecida por carregar a tradição ideológica da TFP (Terra, Família e Propriedade)... Sim caro leitor, a mesma TFP que apoiara o golpe militar de 31 de Maio de 1964 com sua “Marcha da Família com Deus pela Liberdade”. Que na verdade precedeu e apoiou o fim das liberdades civis e políticas de nosso país.

No entanto, o debate entre direita e esquerda se mostrou na esfera ideológica, mas num espaço desfavorável a juventude de esquerda presente, que ora travava este embate com a direita, ora denunciava e era vitima da desordem promovida pelo descaso da prefeitura.

Para além das resoluções que entraram em debate por esses dois campos distintos da juventude toledana, ficou evidente a necessidade latente de organizar a juventude de esquerda em Toledo para ocupar os espaços e transformar a realidade de uma sociedade que conserva em seu interior um núcleo “facista” como esse, que em nome de Deus e da Liberdade buscam subsídios para erradicar esta última, fazendo de Toledo, a contramão do Brasil pós-Lula.

“Se o presente é de luta, o futuro nos pertence” Ernesto Che Guevara.


quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Recobrar o ânimo, contra a venda da Copel

Por Jefferson Tramontini*
 
Em 2001 os paranaenses estavam prestes a perder sua companhia de energia, a Copel, que seria privatizada, a preço de banana pelo governo demo-tucano de Jaime Lerner, que um ano antes havia doado ao Itaú, o Banco do estado do Paraná, o Banestado.
 
Sindicatos, parlamentares, entidades civis, movimentos sociais, partidos e milhares de paranaenses se uniram no Fórum Popular Contra a Venda da Copel e coletaram mais de 140 mil assinaturas para o primeiro projeto de lei de iniciativa popular a tramitar em uma assembleia estadual, que visava impedir a privatização da Copel.
 
Durante o mês de agosto daquele ano, quando se deram as votações do projeto, muitas foram as manifestações populares exigindo que os deputados impedissem a doação do patrimônio público. A ssesão da Assembleia Legislativa, a mais longa de sua história, já durava cerca de 22 horas quando em 15 de agosto mais de 3 mil estudantes ocuparam o plenário da casa com a palavra de ordem “A Copel é nossa, vender é traição!”.

Os estudantes, com apoio das mais de 400 entidades participantes do Fórum, permaneceram no interior da assembleia até a tarde do dia seguinte, cercados pela Polícia Militar lernista, fortemente armada. Na tarde do dia 16, cantando o hino nacional, os manifestantes saíram da Assembleia escoltados por parlamentares e militantes contra a venda da estatal energética e, em marcha, foram até a boca maldita, no centro da capital paranaense.
A sessão para a votação do projeto foi retomada em 20 de agosto, quando o Centro Cívico, onde ficam as sedes dos poderes em Curitiba, foi cercado pela PM, transformando-se num campo pronto para a guerra. E a batalha eclodiu quando a passeata, com mais de 20 mil manifestantes, chegou à região. O povo paranaense foi, em marcha, rompeu os primeiros bloqueios poiciais e chegou bem próximo à Assembleia. A batalha campal seguiu da manhã até a noite, 13 pessoas ficaram feridas nos confrontos.
Dentro do “plenarinho”, nos fundos da Assembleia Legislativa, após incontáveis manobras governistas, os deputados privatistas derrotaram o povo do Paraná por 27 a 26.
 
Mas não foi a última batalha, pois o Fórum continuou reunido e articulando manifestações e contendas judiciais. O clima contrário à privatização era tão forte em todo o estado que as pesquisas apontavam que mais de 90% dos paranaenses queriam manter a Copel pública. Nessa conjuntura, nenhum “investidor” topou arriscar-se.
 
A Copel continua dos paranaenses e, nos últimos anos, tem mostrado que eficiência e preços baixos nada tem a ver com privatização, muito pelo contrário. A Copel se tornou altamente rentável, mesmo forncendo eletricidade gratuita a 1 milhão de pessoas e cobrando a tarifa de energia mais barata do Brasil. Tudo isso porque, pública, foi voltada para o desenvolvimento do Paraná e dos paranaenses e não para engordar os bolsos de uns poucos.
 
Atualmente, quando a Copel passa a sofrer novamente ameaças veladas de privatização, capitaneadas pelo tucano Beto Richa, cabe lembrar dessa grandiosa história de luta, onde o povo do Paraná foi vitorioso, mostrando que era possível derrotar a elite entreguista que então governava a maioria dos estados e o país.
 
Tive a honra de fazer parte dessas jornadas, ladeado por centenas de milhares de outros lutadores que se espalhavam por todo o Paraná. Vencemos naquele 2001 e de lá para cá muita coisa mudou, a maior parte para melhor, em nosso país. Mas aqueles que só pensam no seu próprio lucro continuam por aí, sorrateiros e traiçoeiros como sempre. Inclusive instalados novamente no Palácio Iguaçu. Lembrar das batalhas e da vitória de 2001 nos dá ânimo para as duras batalhas vindouras.
Vamos à luta!
 
* É membro da Coordenação Nacional dos Bancários Classistas, da CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil e autor do blog Classista (classista.blogspot.com)

domingo, 5 de junho de 2011

NOVE ANOS SEM JOÃO AMAZONAS



João Amazonas: um comunista brasileiro!

“Minhas cinzas devem ser espalhadas na região do Araguaia, onde houve a guerrilha. É uma forma de juntar-me aos que lá tombaram.” último pedido de João Amazonas.

Em alusão à passagem dos 9 anos da morte do camarada Amazonas, o texto abaixo foi lido na abertura do Pleno do Comite Estadual do PCdoB/Paraná.

HOMENAGEM A JOÃO AMAZONAS
Há nove anos, na tarde de 27 de maio de 2002, em São Paulo, o povo brasileiro perdeu a companhia viva de João Amazonas de Souza Pedroso.  Com 90 anos de idade, dedicou 67 deles à luta revolucionária no Brasil e no mundo, e ao fortalecimento do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), que dirigiu por exatos 40 anos.
Militante do Partido já aos 23 anos, Amazonas se tornaria um dos brasileiros mais notáveis do século XX e um dirigente comunista de envergadura internacional. Lutou contra a ditadura do Estado Novo, que destroçara o Partido, participou de sua reconstrução na Conferência da Mantiqueira, em 1943, foi deputado federal constituinte em 1946, opôs-se ao golpe kruchovista na União Soviética e reorganizou o partido em 1962, quando surgiu a sigla PCdoB, que encarnava o autêntico partido revolucionário, marxista-leninista, fundado em 1922. Amazonas esteve à frente dos comunistas na luta sem tréguas contra a ditadura militar de 1964 e organizou a guerrilha do Araguaia. De volta do exílio, em 1979, participou, até sua morte, das maiores lutas democráticas e patrióticas do
povo brasileiro, sempre à frente, sempre destemido e lúcido.
 
Diante dos tempos novos e instáveis que vivemos, das singularidades da luta renovada pelo socialismo e da busca dos meandros de sua construção na realidade específica brasileira, podemos recolher de João Amazonas  reflexões em diversos campos da atividade revolucionária. Uma delas tem centralidade irrecusável para os comunistas, como também para os que almejam uma sociedade socialista em nosso País: a ferramenta de luta pela conquista dessa nova ordem entre nós, ou seja, o partido revolucionário, a organização dos homens e mulheres que, nas palavras de Engels, “serão os únicos a possuir força e vontade para chamar à vida esta sociedade nova e melhor”.
Amazonas tratou disso no texto “Força decisiva da revolução e da construção do socialismo”, escrito em 1996. Eram então os tempos miseráveis da década de ofensiva neoliberal no Brasil e a poeira do muro de Berlim ainda sufocava mentes e abalava convicções. Ao aprofundar seu exame sobre a derrota do socialismo no Leste europeu (exame iniciado quatro anos antes, no processo do VIII Congresso do PCdoB), Amazonas focou a questão crucial do partido como intérprete e condutor das mudanças. Não qualquer partido, mas um dotado das “qualidades indispensáveis ao cumprimento de sua missão histórica”. E citou o conselho de Marx e Engels aos dirigentes comunistas alemães: “Pactuai acordos para alcançar objetivos práticos do movimento, mas não trafiqueis com os princípios, não realizeis ‘concessões’ teóricas”.
Amazonas situa Lênin como “quem, pela primeira vez, desenvolveu a teoria do partido como organização dirigente da classe operária e como instrumento insubstituível à vitória da revolução social”. O dirigente bolchevique, prossegue Amazonas, “sustentou a idéia do partido de princípios, marxista, que atua em todas as lutas dos trabalhadores e do povo, mantendo sempre sua feição revolucionária”. Na visão leninista, que Amazonas defende, “o partido deveria ser organização de vanguarda, uma vez que somente uma parte da sociedade, e mesmo da classe operária, tem condições de compreender em profundidade o processo da transformação histórica”. Em outras palavras: “O partido não é uma organização de frente única, na qual cabem diversas correntes em pugna por objetivos imediatos”.
Ao analisar as circunstâncias da derrota socialista na então URSS e no Leste da Europa, Amazonas afirma: “Indubitavelmente, o PCUS degenerou. A derrota do socialismo começou precisamente com a degeneração dessa organização de vanguarda. Ainda no tempo de Stálin já apareciam sérios indícios. O PCUS burocratizava-se, desligava-se da classe operária e das amplas massas populares, caía na rotina e no formalismo, estimulava a fé supersticiosa nos dirigentes (...). Muitos quadros faziam ‘carreira’ no partido, visando a interesses pessoais”.
Para Amazonas, “socialismo e partido são inseparáveis. Apareceram juntos e caminharam juntos no histórico cenário dos entrechoques de classes”. Assim, “é impossível mudar o regime econômico e social sem ter como
suporte fundamental uma organização de vanguarda”. E prossegue: “Para vencer, [o partido] precisa situar-se ideologica e politicamente no campo do proletariado, não apenas na fase da revolução, mas durante todo o período de transição, até a passagem ao comunismo, abrindo caminhos novos à transformação da sociedade”.
“Os fracassos originam-se, em última instância, das posições de conciliação de classes, das ilusões pequeno-burguesas de que se pode triunfar nos marcos do regime capitalista, ou realizar as mudanças históricas adaptando-se às normas e ao estilo de vida burgueses”. Mas adverte: “A luta de classes não pode ser enfrentada de maneira mecânica, sectária. O proletariado luta em todos os terrenos, utilizando  as contradições existentes no campo adversário, defendendo as conquistas sociais, as liberdades democráticas, avançando passo a passo na estrada que conduz à revolução e ao socialismo”.
Por todas essas razões, Amazonas conclui: “Cuidar do Partido para podermos dizer, como Lênin, do Partido bolchevique: ‘Nele temos fé, nele vemos a inteligência, a honra e a consciência de nossa época”.
Não se poderia pensar em outro modo de homenagear o velho dirigente comunista, na passagem do nono ano de sua morte, senão focando e difundindo as férteis reflexões que produziu e que se projetam para iluminar a contemporaneidade  da luta revolucionária em nosso País. E relembramos o camarada João, sempre preocupado com seu partido, na tribuna do X Congresso do PCdoB, em dezembro de 2001, nas vésperas de completar 90 anos, com a voz mansa de sempre e os doces olhos de um avô, pedir a seus camaradas que o dispensassem da tarefa de dirigente principal do Partido. Mas garantiu: “Não vou me aposentar. Até o fim estarei a postos em minha banca de trabalho”. Foi ovacionado pelos mais de mil delegados que testemunhavam a história recente do Brasil estampada naquela figura franzina de claros traços de índio amazônico.
As novas gerações de comunistas devem conhecer a trajetória desse brasileiro superlativo, principal construtor e ideólogo, referência teórica e política do PCdoB.
Que os militantes revolucionários de hoje e do futuro aprendam sobre o camarada João, estrela viva da história de lutas do povo brasileiro, pois, recordando Eduardo Galeano, “a luz das estrelas mortas viaja e pelo vôo do
seu fulgor nós as vemos vivas”.
Vivas ao camarada Amazonas, viva o Partido Comunista do Brasil !

1ª. Reunião do Pleno do Comite Estadual do PCdoB-Paraná
Curitiba, 28 de maio de 2011.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

KIMKILHARIA: AS MOBILIZAÇÕES NA UNIOESTE RETRATADAS COM MUITO BOM HUMOR

Genial! Assim que defino a seqüência de matérias do "reporte humorístico" - se é que este termo existe - feita sobre as mobilizações dos acadêmicos da Unioeste. Como já havia noticiado aqui, os acadêmicos desta instituição - isto me incluí, é claro! - ocuparam a reitoria semana passada, mais exatamente no dia 02 de Maio. Aos gritos de "interventor a culpa é sua, hoje o almoço é lá na rua", os acadêmicos revindicaram a construção de um Restaurante Universitário em ato dentro da Reitoria. Para melhor ilustrar a demanda dos estudantes, foi servido pelo DCE um risoto na porta da sede administrativa da Universidade, a Reitoria.

Nesta sexta-feira, dia 06 de Maio, uma grande massa de estudantes novamente ocuparam a Reitoria. Com muita irreverência, nariz de palhaço, tambores e palavras de ordem, esperavam a reunião onde os DCE's d e Cascavel, Toledo e Marechal Cândido Rondon. A portas fechadas, o Interventor Alcebiades Luis Orlando ouvia as lideranças estudantis... Num outro momento faço uma breve avaliação desta reunião... mas o que quero destacar nesmo momento é a presença de um reporter diferente e suas matérias provocativas.

Nas duas mobilizações que se seguiram, o reporter da TV TAROBÁ - afiliada da Band - e protagonista de um quadro no programa TEMPO QUENTE, esteve presente e com muito bom humor relatou a mobilização e seus bastidores.


Dentro da sala do Interventor, este, relatava seu repudio a forma como o reporter explicitou a matéria sobre as manifestações e na segunda reportagem da série, ataca o reporter chamando-o de cópia do CQC. Nós, do movimento estudantil da UNIOESTE, ao contrário do que o sr. Alcebiades pensa, entendemos que o reporter Kimkilharia foi o único a captar o real espírito de nossa manifestação. Toda irreverência, indignação e mesmo as falas de um discurso bem construído mostrando que os acadêmicos tem posição sólida a respeito da ausência de políticas estudantis na Unioeste, foram muito bem exploradas pelas reportagens do Kimkilharia. E sobre ser uma cópia do CQC, não entendemos assim. O próprio CQC da rede Band é baseado no modelo de outros países, a mesma roupa e forma de se fazer. Não há uma cópia, nem do do CQC, nem do Kimkilharia. Estes programas simplesmente inauguram um novo modelo de noticiário, que eu pessoalmente aprecío, pois está para além da máscara que veste o jornalismo tradicional, tentando transmitir uma falsa imparcialidade. Longe desta lógica, jornalistas como os do CQC e do quadro Kimkilharia instigam, provocam e mostram posicionamentos antes velados a ótica do senso comum.

Abaixo a série de reportagens do quadro Kimkilharia que mostram as mobilizações na UNIOESTE. Assistam e me digam se não estou certo.



KIMKILHARIA: PANELAÇO NA UNIOESTE

PARTE 1              E               PARTE 2


Acadêmicos de Cascavel Ocupam a Reitoria da Unioeste por Restaurante Universitário

Coordenados pelo DCE da UNIOESTE (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ), do Campus de Cascavel, Acadêmicos de diversos cursos deram uma demonstração da indgnação pela ausência de uma política de assistência estudantil. Com muita irreverência e ousadia, cerca de 300 estudantes invadiram os corredores do Campus. Com nariz de palhaço e aos gritos de: "Reitor, a culpa é sua, hoje o almoço é lá na rua!". Ainda nos corredores, a palavra reitor fora substituida por: "Interventor, a culpa é sua..." relembrando também o episódio da interveção.

A manifestação tomou grandes proporções quando os estudantes decidiram ocupar a reitoria por alguns minutos. Lá dentro, mais uma vez a massa inflamada entoava a palavra de ordem do dia. Próximo ao gabinete do Reitor, os líderes estudantis; Élio Jacob (DCE Cascavel), Victor Rosati (DCE Cascavel) e Anderson Tosti (DCE Toledo), discursaram prometendo ampliar a mobilização e a envolver todos os campus na discussão. Estes, também lembraram que a comunidade acadêmica tem sido desrespeitada em suas instâncias democráticas por este que usurpou do poder sendo nomeado "Reitor" da UNIOESTE.

Avaliamos que está manifestação serviu de demostração da força dos estudantes e da articulação necessária para se alcançar as conquistas que tanto os acadêmicos esperam, sendo a construção de Restaurantes Universitários em todos os campus e a efetivação de políticas de permanência destes na Universidade.

Que a Luta continue e até os próximos ATOS!!


domingo, 17 de abril de 2011

Dos alunos mortos em Realengo-RJ


 por Edér José*

As observações seguintes pressupõem o funcionamento de sujeitos não constituídos, mas de posições condicionadas pela História (pensada como luta de classes) e por ideologias contraditórias. Portanto, se você, leitor, está definitivamente convencido de que nenhuma instância histórico-ideológica (e inconsciente também) o precede no seu pensar/dizer/escrever, de modo que tudo o que você pensa e fala é exclusivamente de seu “espírito interior” que emana, por favor, vire a página.

Em outros termos, o que quero dizer é que há duas perspectivas principais para pensarmos sobre as pessoas e seus pensamentos, suas escritas, o que fazem e deixam de fazer. A primeira corresponde a tomar a pessoa como sendo uma única peça em todo o mundo e em toda a história. Do ponto de vista biológico, isso até parece razoável, uma vez que até em caso de gêmeos há sempre uma diferença. Trata-se, nesta, das consequências da filosofia idealista, para a qual cada pessoa nasce pronta para ir amadurecendo cognitivamente, desenvolvendo capacidades natas, dizendo, escrevendo e praticando hábitos que somente esta pessoa o poderia fazer.

A segunda é o oposto da primeira porque considera cada pessoa como uma posição em deslocamento e atravessada por história e por ideologias que se manifestam de modo diferente dependendo do lugar, das circunstâncias, das crenças, dos interesses sociais. Esta concepção pensa o sujeito como rede simbólica, de modo que o que se pensa/pratica não é exclusividade de uma pessoa, mas tudo orientado e condicionado pelo próprio modo material e produtivo que uma sociedade se (des)organiza. Mas, o que isso tem a ver com o caso recente dos alunos sacrificados em Realengo? Tudo.

É só acontecer algo desse gênero (tragédia “inédita”) que logo começa o show da mídia para encher as telas de TV e PC com psicólogos, autoridades, familiares e amigos para mapear o cérebro psicótico de uma pessoa que fez o que fez porque era problemática, maluca, tímida, atribuindo sua iniciativa a um desequilíbrio seu, sua culpa. Ou seja, a pessoa é considerada como única responsável por seus pensamentos e ações. Qualquer desvio da vida comum que leva a maioria das pessoas (e matar tantos adolescentes de uma só vez é um “desvio” que incomoda muito) é, claro, condenado, mas dócil e cegamente arranjado como um problema exclusivo daquela pessoa, daquele “doente mental”, daquele “criminoso”.

Ora, não adianta rodear os muros da escola com flores e velas. Não adianta dar “assistência psicológica” aos familiares. Não adianta condenar o atirador por psicose e buscar tratamento para os problemas individuais de futuros loucos, como propôs a grande filósofa Ana Maria Braga no Mais Você. O primeiro passo para tentar compreender e resolver essas “maluquices” é assumir que cada pessoa pensa o que pensa e faz o que faz via condições reais e imaginárias de sua existência social. Ou seja, cada pessoa faz o que faz por causa da atualização de saberes, de conhecimentos, de verdades, de vontades que uma sociedade pratica, e que não é nunca equilibrada, mas em constante luta: belo contra feio, homossexual contra heterossexual, bem-sucedido contra falido etc.

Enquanto a gente viver ilusoriamente na ordem do “cuida da sua vida que eu cuido da minha” essas “tragédias” serão tendências. Por exemplo, para cuidar da água, da poluição, do planeta, somos todos solicitados como sociedade, todos juntos! Mas, nesse caso das mortes no Rio, a culpa é só daquele que matou? Eis um tristíssimo e importante episódio para rever nossas vontades, nossos desejos/frustrações, nossas pretensas verdades. Mas, isso requer um tapa doído na própria face: transpor o egoísmo ilusório, porém muito real, do eu. Trata-se de cuidar da sociedade. 

*Eder José é professor em Cascavel-PR. Mestrando em Letras, com linha de pesquisa em Análise do Discurso de perspectiva francesa e autor do blog http://ederjose.blogspot.com

ALÔ CRIANÇADA, O BOZO CHEGOU!!!

BUENAS MEU POVO!  

Como podem perceber, está no ar meu blog: Anderson Tosti - Bla,bla,blas de um proletário paranaense.

   O objetivo desta bagaça é de forma bem humorada abordar tamas relevantes ao nosso cotidiano - por mais que a gurizada só esteja interessada no Restart.

  Como não sei falar de muita coisa, vou centrar na "palhaçada" que é nossa política partidária... e como bom cristão que sou, em falar mal das Universais e Mundiais da vida... Outra palhaçada que faz sucesso num circo ou ex-cinema (aquilo que insistem em chamar de igreja) mair próximo de você!

VIVA A PALHAÇADA! VIVA O BOZO! VIVA EU!