sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Violência contra a mulher e descaso da PM em Cascavel


Voltando para casa nesta noite de sexta-feira (01/08), me deparei com uma cena lamentável. Presenciei uma indígena sendo agredida por seu companheiro alcoolizado em frente a 3ª Companhia da Policia Rodoviária. A mão daquela senhora sangrava devido uma mordida que lhe arrancou a unha. De longe, um militar acompanhava tudo.

Entendendo que deveria ajudar a agredida, desci do carro e pedi o auxilio do policial, que me respondeu:
- Eles estão há muito tempo rolando aí na rua.
- O senhor pode ajudá-la? - Indaguei o policial, mas fui surpreendido pela resposta do mesmo:
- O que você quer que eu faça? Ela não vai depor contra ele.

Nesta altura eu já havia perguntado aquela senhora se gostaria de denunciar seu agressor à policia, a resposta foi positiva. Por isso disparei:
- Ela quer denunciá-lo senhor. - Mais uma vez a resposta do policial me pegou de surpresa.
- Ela não vai representar contra ele, e se representar, ela vai retirar a denúncia.

Já inconformado com o tom de naturalidade que o militar conferia a situação lhe perguntei:
- Mas o senhor sabe que de acordo com a lei Maria da Penha a denúncia não pode ser retirar por ela, não sabe?!
O policial disparou um olhar gélido em minha direção e disse:
- Tudo bem, vou chamar uma viatura para vir lhe atender e você será a testemunha.


No entanto, a indígena não aguentou a demora da viatura e após mais de vinte minutos de acionarmos a PM, não suportando a dor, me implorou para que a levasse até o UPA II. Descrente que uma viatura ainda viesse para atender a ocorrência, topei levá-la até a unidade de pronto atendimento.

Minha desistência diante da demora da chegada da PM fez com que o militar da 3ª Companhia copiasse a placa do meu carro e pedir meu nome e sobrenome, o que neguei a fornecer. Foi quando o policial disparou a última:
- Isso que dá querer se meter nos problemas alheios!


Levei a indígena até a UPA II e segui meu percurso normal até o bairro Floresta. No caminho, mais exatamente na rua Agostinho do Santos, pasmem! Me deparei com duas viaturas PARADAS. Uma em frente ao Corujão Bebidas, outra em frente a Farmaútil. Aparentemente, nenhuma das duas atendia alguma ocorrência, apenas conversavam com civis presentes no mesmo ambiente.

Pelo visto a PM cascavelense incorporou o (mal)dito popular: "Em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher!" 

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