terça-feira, 19 de maio de 2015

Os Evangélicos estão no poder. E agora?


Em 2002 fiz campanha para que o Garotinho fosse presidente. Não podia votar, mas pedi votos a rolé. E o argumento? Ele é evangélico, um homem de Deus. De lá pra cá, minha consciência política mudou na mesma proporção que os evangélicos galgaram espaço.

A atual crise política nos mergulhou num "quase" parlamentarismo. A presidenta está refém do Congresso Nacional. Especialmente na Câmara dos Deputados, quem dá as cartas é o deputado evangélico Eduardo Cunha (PMDB) e a chamada bancada "BBB" (boi, bala, Bíblia). E quais os frutos da influência dos evangélicos em nosso parlamento?

>> Proposta de redução da maioridade penal;
>> Proposta de mudanças na lei de desarmamento facilitando o acesso ao porte armas;
>> Generalização das Terceirizações (precarizando os trabalhos formais);
>> Reforma Política estilo Afeganistão;
>> Afrouxamento na Lei que pune o Trabalho Escravo;
e por aí vai...

Para onde quer que olhe, só há retrocesso!

Por essas e outras que não participo de "Marcha pra Jesus" e atividades afins. O fato de estar numa comunidade que professa fé protestante também me enquadra neste meio, e reconheço, tem muita gente boa e avançada nas igrejas evangélicas (inclusive pastores). Mas me incomoda tudo o que vem deste grupo e soe como demonstração de força social.

Sigo entendendo que, quando se fala em Estado e políticas públicas, o mundo não pode ser encarado como a divisão de "cristãos versus não cristãos". É tudo uma questão de classe. Cristãos ou não, no fim são sempre trabalhadores e burguês a duelar no tatame do Planalto Central.

Obs: vale lembrar que o deputado federal e ex-Secretario de Segurança do Paraná, responsável pelo massacre aos professores no dia 29 de Abril, é EVANGÉLICO!

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